
Concluindo um processo iniciado há alguns meses, no último dia 12 foi publicada a norma NBR ISO/IEC 26.300, reconhecendo o formato ODF como padrão ABNT.
Em compensação…
A licitação para compra de licenças do Microsoft Office 2007 para a Receita Federal, que estava suspensa desde o começo do ano em virtude de recomendação do Ministério Público Federal, acabou de ser autorizada pelo TCU.
Pena! Com o Governo Federal apoiando o Software Livre e o Openoffice.org 3.0 já em testes, serão gastos em torno de 41 milhões de reais para que a maioria dos usuários use apenas negrito, itálico e sublinhado…
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Caro,
Em princípio a decisão do TCU é contraditória, mas ainda resta aprofundar na questão e ver o inteiro teor da decisão. A contradição, a meu ver, está exatamente no final da notícia:
E resta ver o que o MP diz a esse respeito!
[…] JL Carneiro: A licitação para compra de licenças do Microsoft Office 2007 para a Receita Federal, que estava suspensa desde o começo do ano em virtude de recomendação do Ministério Público Federal, acabou de ser autorizada pelo TCU. […]
[…] JL Carneiro: A licitação para compra de licenças do Microsoft Office 2007 para a Receita Federal, que estava suspensa desde o começo do ano em virtude de recomendação do Ministério Público Federal, acabou de ser autorizada pelo TCU. […]
O maior problema com o BrOffice é a falta do Access. Ao contrário do que muitos pensam, não é só negrito e itálico que se usa na Receita Federal.
É verdade. Mas, para esses casos, continuará sendo comprada uma pequena quantidade de suítes da Microsoft.
De qualquer forma, aplicativos em Access, especialmente em grandes organizações, podem ter alguns pontos negativos. Não por serem em Access, mas por serem desenvolvidos de forma rápida, muitas vezes, empírica.
Alguns exemplos:
Já vi isso acontecer na Receita mais de uma vez…
Na prática, o que vejo é que grandes sistemas na Receita acabam sendo engessados por não atenderem todas as expectativas e muitas vezes nem saindo do projeto. Desenvolvo aplicativos em Access exatamente como os usuários querem rapidamente e todos ficam felizes. O que era feito com o Excel com muita dificuldade agora é feito em Access com poucos cliques.
Novamente, é verdade. É exatamente isso que todo usuário quer: sistemas que o atendam perfeitamente e desenvolvidos o mais rapidamente possível.
Também concordo que os sistemas institucionais demoram a sair e, quando saem (se saem), muitas vezes estão aquém do esperado.
Contudo, você concorda que o desenvolvimento independente e desordenado, na maioria das vezes, traz consigo as desvantagens que citei acima?
Não acredito que o desenvolvimento realizado dessa forma seja a solução. Mas, não esqueçamos que ainda serão adquiridas cópias do MS-Office, justamente para atender às exceções.
O desenvolvimento independente pode trazer as desvantagens acima, mas estas são, em grande parte, contornáveis. Se o banco de dados está um servidor o problema de backup automaticamente está resolvido. Quanto à análise e levantamento de dados, estes são mais eficientes pelo fato de o desenvolvedor local estar em contato direto com o usuário final.
Concordo que o ideal seria que os sistemas corporativos oferecessem todas as soluções, mas entendo que os sistemas locais tem um papel complementar na análise e consolidação de dados e controle da tarefas cotidianas as quais mudam a todo instante.
Na análise de dados, complementando, todos no setor de fiscalização utilizam o access como usuários para análise de dados e produção de relatórios.
Acho que a Receita
deveria rever a sua política quando ao MS Office, já que as “exceções” respondem por um número significativo de casos.
Como eu disse antes, realmente os sistemas corporativos costumam ficar abaixo do esperado.
Concordo em parte com relação ao backup e ao controle de acesso: a solução é um pouco mais complexa do que isso.
Com relação à eficiência da análise, depende do analista/desenvolvedor. Alguns intuitivamente seguem os passos corretos, enquanto, a outros, falta a técnica.
Com relação ao quantitativo classificado como “exceções”, infelizmente não disponho dos dados para analisarmos. É uma pena.
Mas, também acho que há espaço para o desenvolvimento local já que, muitas vezes, ele acaba trazem uma nova perspectiva para os problemas. Entretanto, esse desenvolvimento deve ser feito de forma organizada.
A título de curiosidade, encontrei dois textos sobre o desenvolvimento em MS-Access:
Achei o segundo texto mais didático, fazendo, inclusive, algumas analogias interessantes. Alguns trechos da conclusão em uma tradução livre (grifos meus):
Estou gostando deste nosso debate!
Muito bom os dois textos. O segundo reflete 100% a minha opinião sobre sobre o Access, mencionando a evolução dos bancos de dados até mesmo de a partir de uma planilha excel. Outro ponto interessante é a oportunidade de atender uma demanda imediata com o Access em vez de investir numa plataforma mais complexa e acabar não atendendo.
Concordo com o desenvolvimento local ordenado, que deveria ser estimulado e orientado.
Como disse antes, gostei de nosso debate! Acho que dará um bom post, se conseguir tempo…
Penso que a principal vantagem da
finada“Web 2.0” é (ou era) justamente o debate, para enriquecer o texto com opiniões e pontos de vista diversos.Sinta-se à vontade para voltar mais vezes, opiniões diversas e debates como esse nosso são sempre bem-vindos.