
É pública e notória a importância de cuidar dos seus dados na internet. Cuidado com sites não confiáveis
, use senhas fortes
e não divulgue seus dados a estranhos
são apenas algumas das várias orientações voltadas para a segurança dos usuários. Eu mesmo, já tratei do assunto aqui, pelo menos quatro vezes:
- Home banking: três testes práticos;
- Os Dez Mandamentos (da Internet Segura);
- Cartilha do e-Consumidor; e
- Os Dez Mandamentos (do e-mail).
Infelizmente, na última terça-feira (dia 3 de agosto), dados pessoais de quase 12 milhões de inscritos no ENEM ficaram disponíveis para acesso público por três horas. O interessante é que parece que a falha, como na maioria das vezes, decorreu de falta de cuidado e excesso de confiança nos usuários.
Em nota oficial, o INEP informou que:
Os dados dos inscritos, armazenados no banco do instituto, eram colocados numa área reservada do site, com endereço específico, e liberados para as Instituições de Ensino Superior (IES) e Secretarias de Educação que solicitassem para utilização nos seus processos seletivos. Essas instituições se comprometiam a não divulgar os dados e teriam acesso mediante usuário e senha.
Ao que parece, a segurança do sistema baseava-se no uso de uma senha compartilhada que todos deveriam guardar em segredo. Nesse sistema, basta um usuário descuidado (ou mal-intencionado) para pôr tudo a perder. E, segundo o INEP, foi o que aconteceu.
Discordo da afirmação de que esse vazamento é menos grave do que o vazamento da prova, ocorrido no ano passado. Segundo informações, vazaram dados como nome completo, números de RG e CPF, data de nascimento e nome da mãe dos inscritos em 2007, 2008 e 2009. Com esses dados, é possível confeccionar documentos falsos, abrir contas bancárias ou empresas fictícias e solicitar financiamentos, dentre vários outros crimes, segundo policiais. O vazamento da prova comprometeu apenas o ENEM, custou milhões para refazer a prova e pode ter comprometido a confiabilidade da avaliação. Quanto custará o comprometimento da privacidade de milhões de cidadãos brasileiros?
Esse tipo de falha já ocorreu em outros países. Inclusive, em alguns casos, vazaram dados de cartão de crédito. Então, repito meu apelo: zelem por seus dados, porque já basta o risco que eles correm nas mãos de terceiros.

Qualquer semelhança...
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O tema é atualíssimo, um dos eixos da Segurança da Informação e do Direito Digital. E a charge é hilária!!! Valeu.