Novembro Azul

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O Novembro Azul é uma campanha de conscientização que tem como objetivo principal alertar os homens e a sociedade sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de próstata e outras doenças masculinas.

Ao contrário do Outubro Rosa, internacionalmente associado ao câncer de mama desde a sua criação, o Novembro Azul era tradicionalmente dedicado ao diabetes, em virtude do dia mundial do diabetes no dia 14. Entretanto, o mês de novembro vem sendo cada vez mais associado à saúde masculina em decorrência do destaque recebido por campanhas surgidas na última década.

Nos Estados Unidos, o mês de novembro foi designado como Mês da Saúde da Próstata pela Fundação Americana de Doenças Urológicas em 1999, sendo oficializado pelo governo norte-americano em 2003. Na mesma época, surgiu, na Austrália, uma campanha voltada à conscientização de vários problemas de saúde masculinos incluindo o câncer de próstata. Intitulada “Movember” (fusão das palavras “bigode” e “novembro”, em inglês), a campanha tem como símbolo um farto bigode e se alastrou internacionalmente.

Nos países em que o “Movember” não foi adotado, o Novembro Azul tem como símbolo um laço semelhante ao usado no Outubro Rosa, mas na cor azul (tradicionalmente associada aos bebês do sexo masculino).

Câncer de próstata

A próstata é uma glândula do sistema reprodutor masculino que pesa cerca de 20 gramas e se assemelha a uma castanha. Ela se localiza abaixo da bexiga e sua principal função, em parceria com as vesículas seminais, é produzir o esperma. O câncer de próstata ocorre quando as células da próstata começam a se multiplicar de forma desordenada.

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens brasileiros, ficando atrás apenas do câncer de pele. Hoje, ele é o sexto mais comum no mundo e o mais prevalente em homens, representando cerca de 10% do total de cânceres.

O único fator de risco bem estabelecido para o desenvolvimento da doença é a idade. Contudo existem alguns outros que devem ser considerados:

  • ter idade avançada (homens acima dos 50 anos correm mais risco);
  • casos de câncer de próstata na família (principalmente em parentes de primeiro grau);
  • etnia (homens negros sofrem maior incidência deste tipo de câncer);
  • consumo de álcool;
  • excesso de peso (especialmente gordura na região abdominal);
  • sedentarismo (falta de exercícios físicos); e
  • alimentação inadequada, à base de gordura animal e deficiente em frutas, verduras, legumes e grãos.

Prevenção e detecção precoce

O câncer de próstata é considerado uma doença silenciosa, pois os sintomas como dificuldades para urinar, sensação de não conseguir esvaziar completamente a bexiga e presença de sangue na urina só começam a aparecer quando a doença já está em um estágio avançado, dificultando a cura. Por outro lado, quando descoberta em sua fase inicial, a doença tem cura em 90% dos casos.

Como na fase inicial a doença é assintomática, é imprescindível que os homens façam os exames específicos indicados pelo médico, a partir dos 45 anos. Aqueles que possuem histórico familiar da doença, independentemente de sua idade, devem avisar ao seu médico, que tomará as providências necessárias.

Uma dieta rica em frutas, verduras, legumes, grãos e cereais integrais e com menos gordura (principalmente de origem animal) ajuda a diminuir o risco do câncer. Especialistas também recomendam pelo menos 30 minutos diários de atividade física, manter o peso adequado à altura, diminuir o consumo de álcool e não fumar. Entretanto, fazer os exames de rotina solicitados pelo médico é a principal forma de prevenção da doença.

Os principais exames para detecção de problemas na próstata:

  • a dosagem do antígeno prostático específico (PSA) no sangue, que pode identificar o aumento de uma proteína produzida pela próstata, indício da doença;
  • o exame de toque retal, o meio mais eficaz para avaliar alterações da glândula, como o endurecimento e a presença de nódulos suspeitos;
  • outros exames poderão ser solicitados se houver suspeita de câncer de próstata, como as biópsias, que retiram fragmentos da próstata para análise, guiadas pelo ultrassom transretal.

Uma pesquisa realizada pelo Datafolha para a Sociedade Brasileira de Urologia, em 2009, constatou que o preconceito com o exame de toque retal ainda é forte no Brasil. Apenas 32% dos homens brasileiros declararam já ter feito o exame. Esse exame é considerado indispensável e não pode ser substituído pelo exame de sangue ou por qualquer outro exame, como o ultrassom, por exemplo. Cerca de 20% dos pacientes com câncer de próstata são diagnosticados somente por alterações detectadas durante o exame de toque retal.

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